O que é ter "FÉ"?

Por Douglas Lemos

" A fé é a certeza de coisas que se esperam; a convicção de fatos que se não vêem".Hb11:1

Refletindo mais cuidadosamente estas palavras e procurando no dicionário o significado delas, encontrei que 'CERTEZA' = qualidade de certo, conhecimento exato, coisa certa; e CONVICÇÃO' = certeza adquirida, persuasão íntima, certeza.
Observa-se, então, que a CERTEZA remete primeiramente ao CERTO, aquilo que não pode ser diferente do que é. Ex: tenho certeza de que uma figura geométrica de quatro lados iguais é um quadrado porque sei que um quadrado é uma figura geométrica que tem quatro lados absolutamente iguais. Por consequência, tenho convicção disso.

A CONVICÇÃO opera/acontece no foro íntimo; é uma persuasão íntima. Devido ao conhecimento adquirido, estar-se convicto de que algo seja certo, verdadeiro. Sequencialmente, entende-se como certeza.Então, eu tenho/possuo certeza de algo, logo estou convicto.Certeza é uma posse; é possuída. Tem-se certeza. É algo que não faz parte do espírito, mas pode ser juntado, contado, colhido.Convicção é decorrente do conhecimento adquirido, colhido, juntado, somado. Amontoa-se conhecimentos, certezas. Estar-se convicto, convencido de algo. A convicção acontece no espírito e faz parte do espírito."Tenho/possuo CERTEZA. Estou/sou CONVICTO."

Fé = Certeza (conhecimento acumulado) + Convicção (impressão no espírito).

As coisas que vemos, ouvimos, sentimos e refletimos produzem conhecimentos e entendimentos. A experimentação de emoções produz certos conhecimentos.Ex: Oro, e a emoção que tenho de falar com Deus dá-me a convicção de que ele me ouve porque sei (por isso tenho certeza) que está escrito que se eu pedir com sinceridade Ele me ouvirá. Como tenho certeza (decorrente do conhecimento) e convicção (marca da certeza no espírito) de que Ele me ouve, então eu me emociono.Aqui a emoção, certeza e convicção acontecem simultâneamente. Por fim, certeza e convicção se confundem por não ser possível separá-las, nem se achar o ponto exato em que se dividem.

Todos os homens têm certezas. Sem elas é impossível a vida e a convivência social. Essas certezas são geradas pelo conhecimento acumulado no dia-a-dia ao longo de toda vida. Grande e espantosa angústia tem aquele que se depara com certos conhecimentos e verdades que, subitamente, removem todas as certezas anteriores que possuía. Assim é com aqueles que passam a vida inteira professando uma fé, supostamtente baseada nos ensinos bíblicos, e quando realmente passa não somente a ler, mas a estudar e refletir as palavras sagradas, descobre que tudo o que sempre acreditou não passa de falsas impressões decorrentes dos costumes populares, tradições, conhecimentos meramente empíricos (que são aqueles baseados na experiência humana acumulada).

A VERDADE não pode ser alcançada sem o auxílio da revelação e manifestação divinas, pois o homem, em sua natureza intelectual e fisiológica afetadas pelo pecado, não pode alcançar por esforço próprio a VERDADE. Por isso cremos, e a ciência é limitada. Toda palavra de verdade não revelada ou não decorrente de revelação é finita, tangível e vã. O divino é eterno, habita em glória inalcansável e é absoluto! A nossa certeza (decorrente de suas palavras) e a nossa convicção (comunicada em nosso espírito) é que: o mesmo SENHOR que no túmulo não encontrou lugar, pois jamais poderia a morte deter a vida; este SENHOR, primogênito dos mortos para a eternidade, há de tornar para dar àqueles que, como Ele, padecem todos os dias pela fé na Sua vinda, a glória do Ser Incorruptível e Pleno.

Nossa firme esperança nos diz que, assim como um conjunto de coisas invisíveis fazem-nos contemplar as que nos aparecem, assim também, nem o tempo, nem aflições, nem angústias, nem tribulações, nem medo, nem dor, poderão desfazer a convicção que temos de que Ele virá. Não tardará, virá. Remido o tempo; postos os sinais das estações; preparado o coração até o fim. Amém!