sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A PALAVRA DA CRUZ

Por Douglas Lemos
"... sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo..., o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo..." (I Pe 1:18-20)

Desde o começo de todas as coisas, desde a criação, Deus havia estabelecido a maneira como iria resolver o grande problema, o verdadeiro caos que se seguiria ao surgimento do pecado. A liberdade dada a homens e anjos teria um preço. Pensar que somente após a queda do homem Deus planejou sua salvação é um equívoco, uma vez que o início do pecado aconteceu no céu e não na terra, e o que deveria ser resolvido não era somente a transgressão do homem, mas a rebelião dos anjos também.Deus é onisciente.

Sendo assim, desde que Adão e Eva pecaram, Deus lhes apresentou a dolorosa solução para a extinção de suas transgressões - o sacrifício.

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"E fez o SENHOR Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu". Gn 3:21)

Pela primeira vez Adão e Eva presenciaram o fruto de sua transgressão, a saber, a morte. Uma cena horrível para eles foi a morte do primeiro animal e o derramamento de seu sangue para que eles mesmos, os verdadeiros culpados, pudesem ser perdoados. Aquele animal, “o cordeiro morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8) representava muito mais que a morte de um ser livre e feliz criado por Deus; a morte daquela criatura representava a morte do próprio Criador!

O SENHOR estabeleceu o sacrifício como único meio de remissão para o pobre Adão e sua mulher, e eles deveriam instruir sua posteridade a cerca deste mandamento.

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“Se procederes bem, não é certo que serás aceito?” (Gn 4:7)

Com estas palavras o SENHOR repreendeu Caim. Ele sabia o que deveria fazer; foi instruído pelos seus pais e pelo próprio SENHOR de que “...sem derramamento de sangue não há remissão”(Hb 9:22). Caim havia trazido do fruto de seu trabalho para apresentar como oferta ao SENHOR, mas foi rejeitado. Ele sabia o porquê. “Se procederes bem, não é certo que serás aceito?”, disse o SENHOR, e em seguida deu-lhe um alerta: “...o pecado jaz à porta”. O SENHOR sabia o que se passava na mente de Caim, e como sentia inveja e ira contra Abel, seu irmão, que nenhum mal havia lhe feito.

Ele ainda teria tempo de não levar a cabo o seu plano, mas a ira foi maior e não conteve-se. “...se levantou Caim contra seu irmão Abel e o matou.” (Gn 4:8). Logo aquela transgressão iria perturbar-lhe a consciência. Havia aprendido sobre o sacrifício e o juízo, mas não via para si a possibilidade do perdão: “...é maior a minha maldade do que a que possa ser perdoada”(Gn 4:13), confessou. Uma tristeza profunda ele experimentou, e uma vontade enorme de voltar atrás em suas ações. Era tarde demais. Aprendeu que enquanto o mal estivesse seduzindo-o em sua mente, poderia voltar atrás em seus pensamentos e evita-lo, porém, passado à prática, nunca mais ele seria o mesmo.

Como poderiam os homens, conhecendo a natureza do pecado, alcançar a salvação?

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João batista não se conteve diante do que estava vendo. Aquele a quem tanto esperava e, ansiando pela sua vinda, pregava o arrependimento, agora estava diante dos seus olhos. Do fundo do seu reverente coração proclamou: “...eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo... um homem que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu”(Jo 1:29-30). Aquele era o Cordeiro, o Verdadeiro, simbolizado por outro, morto na fundação do mundo (Ap 13:8), e em breve seria sacrificado. Sua mensagem de salvação, seu sacrifício, seria considerado “escândalo para os judeus e loucura para os gregos”(I Co 1:23).

“Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprove a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação" (I Co 1:21), pelo sacrifício de si mesmo, por Seu Filho; a morte do Criador em favor da criatura. Era difícil entender isso. Que AMOR é esse? Como compreender que “...Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"? "Porque Deus enviou Seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”(Jo 3:16-17). A mensagem era salvação, não condenação. Perdão, não juízo.

O pecado é o maior problema que já surgiu em todos os tempos e tem que ser resolvido. Devido a ele, entrou a morte neste mundo e no universo. Anjos que outrora serviram alegremente ao seu SENHOR, seduzidos pelas palavras de um que era muito influente e persuasivo em suas colocações, mas que era a imagem do engano, “homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”(Jo 8:44), foram condenados a viver em trevas, pois, conhecendo a Deus, negaram-lhe sua divindade, aliando-se a satanás em seus propósitos, “deixaram sua própria habitação”, tendo Deus os reservado “na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”(Jd 6).

A Palavra da Cruz será sempre uma profunda e eterna prova de Amor dAquele que fez todas as coisas pelo poder de Sua Palavra. Essa mensagem foi pregada no princípio para Adão e para Eva, e para sua descendência. É levada hoje aos quatro cantos do mundo e será sempre motivo de grande interesse para homens e anjos que com ela alimentarão suas mentes por toda a eternidade.

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“Se eu não ver o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado”, disse o incrédulo discípulo, “de maneira nenhuma o crerei”(Jo 20:25). A lição, porém, não tardou. Oito dias depois ela veio: “...põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não seja incrédulo, mas crente”(Jo 20:27), disse-lhe Jesus.

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”(Mt 24:14).

Uma palavra de perdão, de morte e de vida; uma palavra de Amor que constitui o “Evangelho Eterno”(Ap 14:6) dado por Deus no princípio e estabelecido para a eternidade, para que nunca mais alguém deseje a transgressão, pois Cristo será “fiel testemunha”(Ap 1:5) das conseqüências da desobediência.
“Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida...”(Ap 22:14)

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